Por iniciativa de D. João VI (na época Príncipe Regente), artistas franceses foram contratados e vieram ao Brasil em missão para fundar uma Academia Real de Belas Artes, nos moldes da Academia Francesa. O decreto de criação foi assinado em 12 de agosto de 1816. O grupo francês ficou conhecido como Missão Artística Francesa, e, em razão de sua importância , também foi homenageado com a emissão de uma quadra de selos, em 26/03/2016.
Os selos em homenagem ao bicentenário da EBA foram criados por Rui de Oliveira, designer, ilustrador, professor e ex-aluno da Escola de Belas Artes da UFRJ. São 2 selos, em formato de se-tenant, que destacam imagens representativas de aspectos fundamentais da conceituação da história e das atividades artísticas desenvolvidas na EBA.
Para a criação da arte, o artista utilizou unicamente processos artesanais como guache, colagem de retícula, frotage e monotipia, evitando qualquer recurso digital, por considerar que a arte estará, sempre, muito acima de questões e recursos tecnológicos.
No primeiro selo, vê-se o detalhe central da fachada da Escola Imperial de Belas Artes e, abaixo, em primeiro plano, uma representação das tradições da Escola, a partir das tendências da arte contemporânea, por meio de manchas coloridas, formando um bloco na base inferior do selo. Acima da fachada, visualizamos as nuvens, concebidas a partir de colagem de retículas, processo usado, oficialmente, pela primeira vez no cubismo.
O segundo selo foi inspirado nos significados e nobreza da Estátua de David, de Michelangelo, em cuja cabeça o artista fez uma releitura usando fotolito com tinta de PVA, pintada no verso, significando a modernidade e alguns movimentos importantes da arte contemporânea, como o abstracionismo informal - por meio de manchas - frotage e monotipia - em tempera ao ovo. Encontram-se representados, nessa concepção, ainda, o expressionismo abstrato, o futurismo e o abstracionismo geométrico, bem como formas geométricas próprias do neoplasticismo, vorticismo, De stijl e construtivismo russo, movimento fundamental da arte contemporânea.
SOBRE OS SELOS
Os selos desta emissão foram criados por Rui de Oliveira, designer, ilustrador, professor e ex-aluno da Escola de Belas Artes da UFRJ. Os selos, em formato de se-tenant, destacam imagens representativas de aspectos fundamentais da conceituação da história e das atividades artísticas desenvolvidas na EBA. Para a criação dos selos, o artista utilizou unicamente processos artesanais como guache, colagem de retí-cula, frotage e monotipia, evitando qualquer recurso digital, por considerar que a arte estará, sempre, muito acima de questões e recursos tecnológicos. No primeiro selo, vê-se o detalhe central da fachada da Escola Imperial de Belas Artes e, abaixo, em primeiro plano, uma representação das tradições da Escola, a partir das tendências da arte contemporânea, por meio de manchas coloridas, formando um bloco na base inferior do selo. Acima da fachada, visualizamos as nuvens, concebidas a partir de colagem de retículas, processo usado, oficialmente, pela primeira vez no cubismo. O segundo selo foi inspirado nos significados e nobreza da Estátua de David, de Michelangelo, em cuja cabeça o artista fez uma releitura usando fotolito com tinta de PVA, pintada no verso, significando a modernidade e alguns movimentos importantes da arte contemporânea, como o abstracionismo informal - por meio de manchas - frotage e monotipia - em tempera ao ovo. Encontram-se representados, nessa concepção, ainda, o expressionismo abstrato, o futurismo e o abstracionismo geométrico, bem como formas geométricas próprias do neoplasticismo, vorticismo, De stijl e construtivismo russo, movimento fundamental da arte contemporânea.
ABOUT THE STAMPS
The stamps of this issue were created by Rui de Oliveira, designer, illustrator, teacher and former student of the UFRJ School of Fine Arts. The stamps in the se-tenant format, highlight representative images of key aspects of the concept of history and artistic activities in the EBA. For the creation of stamps, the artist only used handmade processes like gouache, collage reticle, frotage and monotype, avoiding any digital resource, considering that art is always, well above issues and technological resources. In the first stamp sees the central detail of the facade of the Imperial School of Fine Arts, and below, in the foreground, a representation of the School traditions, from the trends of contemporary art, by means of colored spots, forming a block the lower base of the stamp. Above the facade, we see the clouds, designed from reticles bonding, process used officially for the first time in cubism. The second stamp was inspired by the meaning and nobility of David Statue of Michelangelo, on whose head the artist made a reinterpretation using photolithography with ink PVA, painted on the back, meaning modernity and some important movements of contemporary art, as abstractionism informal - through spots – frotage and monotype – In tempera the egg. Are shown in this design, still, abstract expressionism, futurism and geometric abstraction, as well as own geometrical shapes neoplasticism, vorticism De Stijl and russian constructivism, fundamental movement of contemporary art.
DETALHES TÉCNICOS
Edital nº 14
Arte: Rui de Oliveira
Processo de impressão: ofsete
Se-tenant com 2 selos
Papel: cuchê gomado
Valor facial: R$ 1,70 cada selo
Tiragem: 480.000, 240.000 de cada selo
Área de desenho: 27,5mm x 35mm
Dimensão do selo: 30mm x 40mm
Picotagem: 12 x 11,5
Data de emissão: 12/08/2016
Local de lançamento: Rio de Janeiro/RJ
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Versão: Departamento de Relações Institucionais e Comunicação/Correios
Código de comercialização: 852012225
TECHNICAL DETAILS
Stamp issue n. 14
Art: Rui de Oliveira
Print system: offset
Se-tenant with 2 stamps
Paper: gummed chalky paper
Face value: R$ 1.70 each stamp
Issue: 480,000, 240,000 each stamp
Design area: 27,5mm x 35mm
Stamp dimension: 30mm x 40mm
Perforation: 12 x 11.5
Date of issue: August 12th, 2016
Place of issue: Rio de Janeiro/RJ
Printing: Brazilian Mint
English version: Department of Institutional Relations
and Communication/Correios Brasil
Code: 852012225
200 anos da Escola de Belas Artes/UFRJ
A Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EBA/UFRJ - completa 200 anos de existência, no dia 12 de agosto de 2016.
Marco da formação artística no Brasil, a história da EBA começa com o decreto-lei de D. João VI, em 1816, criando a Escola Real de Artes e Ofícios, que, mais tarde, quando inaugurada, passaria a chamar-se Academia Imperial das Belas Artes. Com a Proclamação da República, em 1890, recebeu o nome de Escola Nacional de Belas Artes e, em 1966, ano das comemorações dos 150 anos da Missão Artística Francesa, passou a chamar-se Escola de Belas Artes. Essa bicentenária instituição foi responsável pela introdução do ensino formal das artes plásticas no Brasil. Hoje, além dos onze cursos de graduação, possui dois programas de pós-graduação strictu sensu. Um mestrado e doutorado, em Artes Visuais – PPGAV, com quatro linhas de pesquisa; um mestrado em Design – PPGD e uma pós-graduação lato sensu em Técnicas de Representação Gráfica. Essas atividades demonstram a dinâmica em torno da EBA, sobre a qual pousam os olhares daqueles que apreciam e estudam as artes, buscando a essência da vida por meio das variadas formas e cores de sua representação. Pertencente à EBA/UFRJ, e ocupando espaço no mesmo prédio, na Ilha do Fundão, o Museu D. João VI – MDJVI, criado em 1979, tem como finalidade preservar a memória do ensino de arte, abrigando o acervo de obras e os documentos relativos à Instituição. Com atenções voltadas para o Ensino, e, também, para a Pesquisa e Extensão, a EBA/ UFRJ tem no MDJVI um espaço vivo e de fácil acesso, a partir de seu grande e expressivo acervo, que constitui fonte de pesquisa para os estudiosos de artes plásticas em seus variados contextos. Os selos desenvolvidos para os 200 anos da EBA representam aspectos fundamentais na conceituação da história dessa Instituição, como a tradição, seus cursos de pintura, gravura e escultura, além do legado de grandes artistas que nela lecionaram e estudaram, ao longo destes dois séculos de existência. A tradição coexiste com as tendências da arte contemporânea, e com a inserção da Escola nos aspectos industriais da imagem, sobretudo nos cursos de desenho industrial e design gráfico. Por meio da representação figurativa da cabeça da estátua de David, de Michelangelo, o artista Rui de Oliveira, criador dos selos, realizou uma releitura, com o fim de mostrar, visualmente, alguns movimentos importantes da arte contemporânea, que motivaram os processos criativos e inovadores, presentes nas práticas educacionais e conceituais desenvolvidas na Escola de Belas Artes. Hoje, com a produção de seu corpo docente e discente, a EBA orgulha-se dos seus 200 anos de trabalho e dedicação à Arte, à Cultura e à Educação. Nessa Escola a arte materializa-se e consagra-se como a essência da criatividade do homem frente à beleza e à verdade, tal como são concebidas e percebidas no universo.
Carlos G. Terra
Diretor da Escola de Belas Artes/UFRJ
200 years of the School of Fine Arts/ UFRJ
The School of Fine Arts of the Federal University of Rio de Janeiro – EBA/UFRJ complete 200 years of existence on August 12th, 2016.
Marco artistic training in Brazil, the history of EBA begins with the decree of D. John VI in 1816, creating the Royal School of Arts and Crafts, which, later, when opened, would be called Imperial Academy of Fine Arts. With the Proclamation of the Republic in 1890, he was named the National School of Fine Arts and, in 1966, the year of the 150 th anniversary of the French Artistic Mission, came to be called the School of Fine Arts. This bicentennial institution was responsible for introducing the formal teaching of the arts in Brazil. Today, besides the eleven undergraduate, has two graduate programs in the strict sense. A master's degree and PhD in Visual Arts – PPGAV with four lines of research; a Masters in Design – PPGD and a broad post-graduation in Graphic Representation Techniques. These activities demonstrate the dynamic around the EBA, on which land the eyes of those who appreciate and study the arts, seeking the essence of life through various forms and colors of their representation. Belonging to the EBA/UFRJ, and taking up space in the same building, on Fundão Island, the Museum D. John VI – MDJVI, created in 1979, aims to preserve the memory of the art of teaching, housing the collection of works and documents relating to the institution. With attention focused on the education, and also for research and extension, EBA/UFRJ has in MDJVI living space and easy access from its large and significant collection, which is a source of research for scholars art in its various contexts. The stamps developed for the 200 years of the EBA, represent key aspects in conceptualizing the history of this institution, as tradition, his painting courses, engraving and sculpture, in addition to the legacy of great artists in it have taught and studied, over these two centuries of existence. The tradition coexists with the trends of contemporary art, and the inclusion of the school in the industrial aspects of the image, especially in industrial design and graphic design courses. Through the figurative representation of the head of the statue of David by Michelangelo, the artist Rui de Oliveira, creator of the stamps held a reinterpretation, in order to show, visually, some important movements of contemporary art, which motivated the creative processes, innovative, present in educational and conceptual practices developed at the School of Fine Arts. Today, with the production of its faculty and students, the EBA is proud of its 200 years of work and dedication to the Art, Culture and Education. In this School art materializes and establishes as the essence of man's creativity front the beauty and the truth, as they are conceived and perceived in the universe.
Carlos G. Terra
Director of the School of Fine Arts/UFRJ
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